03 de julho/2006
Não vou aqui tecer comentários sobre a derrota brasileira.
Quero relatar a experiência de assistir aos jogos junto com o Joaquim e a dificuldade em consolá-lo após o jogo com a França.
Tudo ia bem até Sábado. Antes da metade do jogo o Joaquim já tinha se dado conta que as coisas não iam bem:
- Se eu pudesse falar palavrão ia dizer um bem feio agora.
- Durante o jogo tu pode dizer palavrão tá Joaquim.
Eu, como mãe, não poderia ser tão insensível em não permitir que ele botasse pra fora a indignação que todos estávamos sentindo naquele momento.
Aí foi uma torrente de foda-ses e puta que o pariu que eu nunca tinha visto antes. Eu, tonta que sou, não tinha me dado conta que o Joaquim já dominava perfeitamente todos os verbetes proibidos para as crianças de boa educação. (O Joaquim é do tipo de criança que repreende a gente quando ouve palavrão: Que é isso mãe?). Então ouvir da boquinha dele essas coisas todas me surpreendeu.
No meio do segundo tempo ele já estava desesperançoso:
- Vou pro meu quarto! Esse jogo não dá mais! Foda-se Parreira!
O que dizer para uma pessoa de sete anos que perde a esperança? Putz, que situação.
Consegui fazer ele ficar na sala até o final do jogo. Pra que? Só piorou a situação.
Chorava inconsolável a derrota brasileira.
Não adiantava dizer que daqui a 4 anos ia ter Copa de novo, blá, blá, blá.
Ficou puto da cara.
Tomara que o Parreira não tope com ele.
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